DOZINHO DA GIA

Em 1965, José Ferreira das Chagas, o Dozinho, inaugurou um restaurante no bairro Rodolfo Teófilo. Por estar situado em frente ao Hospital de Clínicas da UFC, o ponto passou a ser muito frequentado pelos alunos e professores da Faculdade de Medicina,
Eram as gias (criadas por Dozinho e, conforme a demanda, sacrificadas em óleo fervente) o principal tira-gostos desse restaurante, tão apropriadamente chamado de "Dozinho da Gia".
Por vezes, principalmente depois de alguma prova na Faculdade, eu espairecia por lá tomando algumas cervejas. Os tira-gostos certamente eram outros, pois não me apeteciam as rãs.
Num fim de tarde, Cláudio Costa, seu inseparável violão, e eu estávamos no ¨Dozinho", quando apareceu um cantor. Nilo, acho que era o nome dele, um bom cantor, por sinal. Ele tirou a capa do pandeiro que trazia consigo e pediu a Claudio que o acompanhassse. Na música "Eu e a Brisa". de Johny Alf, e indicou um tom bastante complicado. Um desafio que o meu amigo violonista tirou de letra.
Lembro-me de que o restaurante teve um de seus grandes momentos (meninos, eu vi) em uma noite com serestas. Contando como atração principal a excelente cantora Terezinha Silveira, Não faltaria ao acontecimento o jornalista Carvalho Nogueira, esposo e fã # 1 da cantora.
Tempos depois, eles abririam no Eusébio o seu restaurante, o "Chão de Estrelas", mas aqui já é outra história.
Um dia, Dozinho deixou o ponto de origem para se instalar em Pacatuba, no distrito de Pavuna, às margens da CE-060. Isso aconteceu há 36 anos, e desde então não o vi mais.
Soube, através de seu filho Gerson, que Dozinho morreu há quatro anos. É Gerson que, atualmente, administra o Dozinho da Gia, em sua versão pacatubense.
O restaurante é dedicado a comidas típicas da região (tripa de porco, língua de boi etc), e há noites em que Gerson organiza por lá um forró pé de serra.

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